Artículos científicos
Encontros e desencontros entre paz e gênero
Encounters and disencounters between peace and gender
Encuentros y desencuentros entre paz y género
Encontros e desencontros entre paz e gênero
Revista Latinoamericana Estudios de la Paz y el Conflicto, vol. 6, núm. 12, pp. 28-41, 2025
Universidad Nacional Autónoma de Honduras
Recepción: 25 Octubre 2024
Aprobación: 20 Febrero 2025
Resumo: Os objetos de estudo desta pesquisa são as publicações em anais dos Encontros Brasileiros de Estudos para a Paz (EBEP). O objetivo geral é responder como a categoria de análise gênero está presente nas pesquisas apresentadas nos EBEP’s. Objetiva-se especificamente: identificar quais gêneros são apresentados nas pesquisas dos EBEP’s; analisar como as pesquisas da paz abordam o gênero e suas relações; trazer questionamentos teóricos iniciais entre e para os estudos de gêneros e paz. Pretende-se contribuir com a literatura dos Estudos de Paz por meio da metapesquisa nas publicações dos EBEP’s. Para tal utiliza-se da metodologia exploratória, através da pesquisa documental nos sites da I a V edição do EBEP. Conclui-se que a paz, enquanto campo epistemológico, comprometido com a promoção de vivências dignas deve envolver-se com investigações plurais de gêneros.
Palavras-chave: Paz, metapesquisa , gênero.
Abstract: The objects of study of this research are the publications in the proceedings of the Brazilian Meetings on Studies for Peace (EBEP). The general objective is to answer how the gender analysis category is present in the research presented at the EBEPs. The specific objectives are: to identify which genders are presented in the EBEP research; to analyze how peace research addresses gender and its relations; and to raise initial theoretical questions between and for gender studies and peace. The aim is to contribute to the literature of Peace Studies through metaresearch in the EBEP publications. For this, the exploratory methodology is used through documentary research on the websites of the I to V edition of EBEP. It is concluded that peace, as an epistemological field committed to promoting dignified experiences, must engage with plural investigations of gender.
Keywords: Peace, meta-research, gender.
Resumen: Los objetos de estudio de esta investigación son las publicaciones en los anales de los Encuentros Brasileños de Estudios para la Paz (EBEP). El objetivo general es responder cómo la categoría de análisis de género está presente en las investigaciones presentadas en los EBEP. Se objetiva específicamente: identificar qué géneros se presentan en las investigaciones de los EBEP; analizar cómo las investigaciones sobre la paz abordan el género y sus relaciones; plantear cuestionamientos teóricos iniciales entre y para los estudios de género y paz. Se pretende contribuir con la literatura de los Estudios de Paz a través de la metainvestigación en las publicaciones de los EBEP. Para ello, se utiliza la metodología exploratoria, a través de la investigación documental en los sitios de la I a la V edición del EBEP. Se concluye que la paz, como campo epistemológico, comprometido con la promoción de vivencias dignas, debe involucrarse en investigaciones plurales de género.
Palabras clave: Paz, metainvestigación, género.
EXTENDED ABSTRACT
This article explores the intersection between Peace Studies and gender analysis, focusing on research presented at the Brazilian Peace Studies Meetings (EBEPs). The study seeks to answer how the category of gender appears in these studies, with three specific objectives: identifying the genders represented in EBEP research; examining how peace research addresses gender; and raising initial theoretical questions for gender and peace studies. To achieve these objectives, the theoretical-methodological approach of meta-research, based on Mainardes (2018), was adopted. Meta-research is defined as research about research in a specific area, analyzing the research process within a field.
In the first stage, it was determined that the sample would include full academic papers presented at EBEPs that addressed gender. These meetings serve as a primary annual forum for the dissemination of peace studies in Brazil. In the second stage, the sample was systematized, tabulating data to highlight the titles, authors, years, and identification of bodies/genders studied. The third stage involved a systematic review of the results to address the research objectives.
The study encountered limitations, such as the absence of research presentations in the first EBEP and missing complete texts for editions III, IV, and V. In light of these limitations, the analysis focused only on titles, authors, institutions, gender presentation, and research scope (local, regional, national, or international). This process revealed more initial questions than definitive conclusions, emphasizing an exploration of the current role of gender in Peace Studies.
The analysis suggests that gender in peace research remains largely centered around binary and normative interpretations. Many studies identify gender primarily as a matter of "women and peace," highlighting women as victims of violence or as peace promoters, rarely considering them as agents of violence. In only one publication was a woman represented as actively engaging with violence, challenging the dominant patriarchal framework that exclusively associates violent agency with men.
Another aspect raised is the predominance of an international perspective in studies on peace and gender. Most research explores violence or conflict in foreign contexts, prompting the question of why there is a lack of studies focusing on gender and peace issues in Brazil. This suggests that Peace Studies are still closely linked to international relations rather than addressing local challenges of peace and gender.
A further limitation in gender analysis is the absence of discussions on sexual diversity in the analyzed research. Most studies adhere to the male-female binary, with only one publication explicitly mentioning LGBT. Sexual violence is addressed as a relevant theme, but the diverse sexual experiences of human beings are largely unexplored in the field. This raises another question: could or should diverse sexual experiences be incorporated into Peace Studies?
The research draws on authors such as Johan Galtung (2003) to discuss concepts of peace and violence, Mainardes (2018) for methodological grounding, and Judith Butler (2018) to examine gender performativity. The meta-research on EBEPs suggests that peace, as an epistemological field dedicated to promoting dignified living conditions, should expand its approach to include a more plural and inclusive investigation of identities and gender experiences.
As a preliminary result, the study concludes that while there are efforts to integrate gender into Peace Studies, the field still needs a more complex approach that transcends the gender binary and includes the diversity of bodies, identities, and experiences. Ultimately, this research aims to contribute to Peace Studies literature, expanding the scope of meta-research to better understand and enhance the inclusion of gender in peace reflections and practices.
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1. INTRODUÇÃO
Este artigo encontra-se na temática de estudos para paz e gênero. A partir disto, o problema de pesquisa investigado foi como a categoria de análise gênero está presente nos trabalhos apresentados nos Encontros Brasileiros de Estudos para a Paz (EBEPs). O objetivo geral do artigo é tentar responder a esta pergunta. Para isso, o objetivo geral desdobrou-se em: identificar quais gêneros são apresentados nos trabalhos dos EBEPs; analisar como as pesquisas, referente a estes trabalhos, abordam o gênero e suas relações; bem como trazer questionamentos e reflexões teóricas iniciais entre e para os estudos de gêneros e paz.
Considerando os EBEP’s como centralizadores de discussões sobre a temática da paz no país, percebe-se o interesse de pesquisar neste universo, tendo por fonte suas edições anteriores. As autoras e autores abordados enquanto referenciais neste artigo são Johan Galtung (2003), com os marcos conceituais sobre violência e paz; Jefferson Mainardes (2018), basilando a análise metodológica e Judith Butler (2018), trazendo discussões sobre as performances de gênero, além de outros(as) que compõem o referencial teórico ao longo do texto.
Os estudos para paz são um campo do conhecimento autônomo, mas essencialmente interdisciplinar (Mouly, 2022). A autora francesa, residente no Equador, Mouly (2022) apresenta quatro correntes teóricas predominantes nos estudos sobre a paz: realistas, estudos do conflito, estudos para paz e estudos críticos de paz e conflito. Este artigo enquadra-se dentro da última corrente, diante de uma abordagem pós-estrutural, realizando análises qualitativas dos discursos e posicionando esta pesquisa como feminista.
Ainda, a abordagem desta pesquisa trabalha com o conceito de paz positiva, que segundo Galtung (2003), seria a eliminação ou diminuição da violência estrutural. Por sua vez, a violência estrutural contempla as situações em que não se pode denominar autores e acometidos, permanecendo muitas vezes invisível, mas acarretando em desigualdades que reduzem ou até mesmo aniquilam o potencial de realização de indivíduos e grupos.
Para Galtung (2003), a violência estrutural é alimentada pela violência cultural, através de discursos e símbolos que reforçam as estruturas desiguais. Aqui estariam, para Galtung (2003), o machismo, o racismo, a homofobia, a xenofobia e outras promoções simbólicas que atingem o concreto, inclusive resultando em violências diretas, como sofrimento físico e mental. Importante destacar que, nesta teoria, Galtung (2003) trabalha com a figura do triângulo da violência, em que cada ponta do triângulo representa uma violência (direta, estrutural e cultural) que se conecta diretamente com a outra. "A violência pode começar em qualquer ângulo do triângulo direta-estrutural-cultural, e é facilmente transmitida aos outros." (Galtung, 2003, p. 23).
Com a teoria de Galtung (2003), pode-se entender que a violência de gênero seria uma violência cultural que se transmite para violência estrutural, causando desigualdades entre as pessoas generificadas e também para violências diretas, como o feminicídio, o estupro, a violência doméstica e outras.
Quanto ao gênero, entende-se como um conceito epistemológico, político e vital, pelo qual o corpo ocidental é instintivamente inscrito em relação à fisiologia biológica. É esta fisiologia, representada pela genitália, que aciona socialmente uma elaboração cultural e material sobre as expectativas e discursos a serem apresentados nesse corpo, o que Butler (2018) define como performatividade. Na cultura ocidental, essas performatividades são dualizadas em relação à dualidade física, em perspectiva reducionista, caracterizando um polo masculino (homem) e feminino (mulher), respectivamente aqueles que nasceram com pênis e aquelas que nasceram com vagina.
Quando esses corpos, em relações diretas e indiretas, manifestam algum rompimento com a cultura que elabora seus discursos, como o patriarcado, o binarismo, a submissão, a força, ou outros, uma política corretiva é acionada para a manutenção de performatividades normativas, daí que se estabelecem violências de e entre gênero(s).
É possível observar dois fenômenos que relacionam violência(s) de gênero(s): 1) a violência contra aquelas que transgridem essas categorias em seus corpos e subjetividades e 2) a violência que esta divisão reproduz através de comportamentos, em geral, atribuídos e originados pelos homens, como parte da construção da performance do macho, da masculinidade, em relação às mulheridades e outros corpos.
Dentro dessa performance característica da masculinidade, do controle da força e da violência, quando em relação com uma mulher, categoriza-se a violência contra a mulher. Esta pode ser compreendida como o ódio às mulheres, o desprezo e o abuso daquelas pessoas que vivem através da performance feminina. “A dominação do gênero feminino pelo masculino é apanágio das relações sociais patriarcais, que costumam ser marcadas (e garantidas) pelo emprego da violência física e/ou psíquica.” (Bianchini, 2018, p. 144-145).
Apenas com estes conceitos já se pode entender que há muito sobre violência, gênero e paz para se estudar, discutir e lutar. Contudo, “tratar de violência através das ciências sociais feministas não é falar apenas da violência de gênero contra as mulheres. É pensar como as mulheres concebem, pensam e constroem conhecimentos sobre os mais diversos assuntos.” (Bartmeyer, 2022, p. 55). Por isto, neste artigo, buscamos analisar os trabalhos submetidos aos EBEP’s dos anos anteriores e como o/os gênero/os foram estudados e tornaram-se presentes nestas pesquisas, entendendo-o como um marcador plural, que pode contemplar discussões sobre mulheridades, masculinidades, pessoas LGBTI+, não binárias e outras, em relação a conflitos ou construções da paz.
2. METÓDOLOGIA
Os objetivos foram alcançados através da abordagem teórico-metodológica da metapesquisa, elaborada por Mainardes (2018). Segundo o autor, a “metapesquisa pode ser conceituada como pesquisa sobre pesquisas ou, ainda, pesquisa que busca explicar o processo de pesquisa sobre um tema ou de uma área ou campo específico” (2018, p. 305). Para engrenar a metapesquisa, algumas etapas são necessárias, as quais: 1ª) Definição dos propósitos da metapesquisa e da amostra - nesta pesquisa, o propósito da metapesquisa é levantar como o gênero, enquanto categoria de análise, está presente nos trabalhos apresentados nos EBEP’s, uma vez que os Encontros são a principal captação anual de pesquisas e pesquisadores sobre a temática da paz no país e assim, a amostra contemplou as pesquisas em modelo de trabalho aceitos para apresentação em painel nos EBEPs que discutiram a categoria gênero(s); 2ª) Organização e sistematização da amostra - foi realizada a tabulação das publicações encontradas destacando os dados disponibilizados no site do EBEP, como título, autoria, ano e identificação de corpos/gênero(s) estudados e; 3ª) Leitura sistemática: processo de análise dos resultados da tabulação para procurar responder alguns elementos indicados na abordagem e que são relevantes ao objetivo desta pesquisa.
Diante do objeto de estudo, como Mainardes (2018) aconselha, pode-se evidenciar as limitações que a metapesquisa enfrentou. Assim, destaca-se a primeira limitação para a presente pesquisa: o primeiro EBEP foi realizado no formato de workshop, com discussões e apresentações entre os participantes do evento e não foram produzidos anais, ou seja, o primeiro EBEP não contou com a publicação das pesquisas. A segunda limitação encontrada foi que, quanto às edições III, IV e V, também não foi publicado, no site dos encontros, anais. Logo, optou-se por investigar o que foi disponibilizado ao público. Apenas no encontro II, foram publicados anais do evento. Já nos encontros III e IV foram disponibilizados apenas os dados de painel, autores e títulos dos trabalhos. No V encontro foi disponibilizado os resumos aprovados, junto com painel, autores, universidade de origem e palavras-chaves do trabalho.
Por isso, compreendendo que as informações disponibilizadas estavam limitadas e não eram as mesmas em todos os eventos, optou-se por analisar as seguintes informações: o ano de publicação, o título dos trabalhos, a autoria, as instituições de pesquisa, como o gênero foi apresentado no título e qual a abrangência (local, regional, nacional, internacional/global) da pesquisa determinada pelo título do trabalho. Estas definições investigativas permitiram explorar como o gênero está presente nas pesquisas apresentadas nos Encontros Brasileiros de Estudos para a Paz. Diante disso, a presente pesquisa traz mais questionamentos iniciais do que resultados ou conclusões.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao reconhecer a multiplicidade em que o gênero pode ser vivido e estudado, busca-se encontrar e selecionar as publicações em que essa categoria foi constitutiva das investigações, considerando o título dos trabalhos como potente representante desse conceito nas respectivas pesquisas.
Após essa seleção da amostra, apresenta-se a segunda etapa destacada por Mainardes (2018), que corresponde a sistematização por meio de tabulação e considerando os elementos selecionados para a análise.
Dos encontros que o site oficial do evento e os critérios de seleção permitiram acesso, delimitou-se a amostra em trinta (30) trabalhos submetidos aos Encontros para apresentação[1]. Percebe-se a variedade de características investigativas entre o corpo/gênero estudados, os títulos que acompanharam o gênero, as pesquisas e os pesquisadores que se debruçaram sobre/com/para o gênero, a abrangência pesquisada (regional, nacional, internacional) e a diferença entre os anos de publicação.
Dessa forma, para fins de análise, é possível sintetizar a seguinte tabela 1:

A fim de continuar o processo investigativo de metapesquisa, direciona-se os esforços para contemplar a terceira etapa: 3ª) Leitura sistemática: processo no qual se busca responder os seguintes elementos: ano de publicação, o título dos trabalhos, a autoria, as instituições de pesquisa, como o gênero foi apresentado no título e qual a abrangência (local, regional, nacional, internacional/global) da pesquisa determinada pelo título do trabalho. Estes elementos foram analisados considerando os seguintes pontos de reflexão: A. que corpos/gêneros são investigados nestas pesquisas? B. quais movimentos as pesquisas que relacionam paz e gênero realizaram durante os anos dos eventos? C. como os corpos estudados foram relacionados com a paz? D. que tensionamentos podem ser realizados a partir dos resultados desta pesquisa?
Ao ler os títulos dos trabalhos, nota-se cinco categorias que diferenciam as pesquisas quanto aos corpos e gêneros investigados. Em 16 títulos de trabalhos foi abordado apenas o corpo/gênero mulher. Em 2 trabalhos os títulos abordaram os corpos/gêneros homem e mulher. Apenas 1 trabalho abordou corpos LBGT’s, em seu título, e 5 trabalhos não definiram os corpos, nem com identidade de gênero e nem com sexualidades específicas, mas se classificaram para apresentar nos EBEP’s como estudos dentro da temática gênero e paz. Em 6 trabalhos o título da pesquisa utilizou apenas a palavra gênero.
Majoritariamente, os trabalhos apresentaram em seus títulos o gênero por meio da identidade/performatividade/corpo de mulheres, em diferentes contextos, objetivos e relações com a paz.
Em seguida, a segunda maior incidência, é dos trabalhos que apresentam em seus títulos gênero como categoria abrangente, não especificando identidades, performatividades ou corpos.
O Encontro Brasileiro de Estudos para a Paz é uma realização dos membros da Rede de Pesquisas em Paz, Conflitos e Estudos Críticos de Segurança (PCECS), criada em 2015, com objetivo de expandir esse campo epistemológico e de pesquisa, aproximando estudos e pesquisadores do Brasil e da América Latina. O Encontro idealizado e construído pela rede, busca discutir os elementos que o intitula e seus diferentes atravessamentos, sendo o EBEP, o principal meio de discussão e publicação de sua área. O primeiro Encontro foi realizado no ano de 2016, com uma pausa entre os anos de 2019 e 2021 devido a pandemia do novo coronavírus e com a retomada presencial no ano de 2022.
Em 2016, não foram publicados trabalhos no site do evento, tornando-se desconhecido o número de trabalhos que abordaram a categoria gênero. Em 2017, dos 34 trabalhos apresentados no evento, 2 trabalhos relacionavam gênero e paz em seu título. Em 2018, dos 57 trabalhos apresentados, 11 traziam essa relação. Em 2022, de 53 trabalhos do evento, 9 faziam esta relação e em 2023, dos 85 trabalhos, 8 incluíam categorias de gênero no seu título. Percebe-se que as pesquisas sobre paz e gênero não contaram com significantes diferenças em quantidade de um ano para o outro. Além disso, do total de trabalhos disponibilizados nos sites dos eventos (229), apenas 13% (30) trazem a categoria gênero exposta diretamente em seus títulos.
Nota-se que as publicações dos trabalhos no site do EBEP são do ano de 2016 a 2023, com uma pausa entre os anos de 2019 a 2021, que embora esvaziados quantitativamente são representativos ao cenário de produção científica vivenciado durante a pandemia do novo coronavírus.
Entre os anos de 2019 a 2021, é notório que a produção científica deste campo e outros sofreu alterações em quantidade e qualidade, diante da pandemia do novo coronavírus. Durante este período houve a privação de convivência presencial, o luto massificado e frequente, além de outras mudanças que foram impostas ao cotidiano. Isto refletiu também nos encontros acadêmicos, como é o caso do EBEP. O retorno à vida no presencial, em convivência pública, foi possível diante dos resultados científicos da vacinação contra o vírus, que permitiu o retorno da vida e dos encontros.
Dos movimentos possíveis, percebe-se uma crescente de publicações entre a II e a III edição e uma certa estabilidade de quantidade entre o III e o IV Encontro, mas um salto no número de publicações em 2023, contando com 85 trabalhos submetidos ao V EBEP, demonstrando que o EBEP, mesmo após uma interrupção, continuou sendo um polo de encontro de pesquisas sobre a temática da paz.
Contemplando a objetivo da pesquisa, analisa-se, através dos títulos das publicações, a perspectiva epistemológica, aparentemente, adotada pelos autores em relação à paz, ao gênero e à abrangência espacial. Para isso, considera-se também o que os autores João Manuel Pureza e Tereza Cravo (2005) dispõe sobre as teorias feministas nos estudos para a paz:
Ao questionar os estereótipos que dão origem a estas práticas, como a inerente passividade da mulher, tanto na guerra como na paz, as críticas feministas contestam o papel secundário e sem visibilidade ou praticamente inexistente das mulheres, sistematicamente relegadas para a esfera do informal e para a dimensão psico-social da consolidação da paz. (Pureza e Cravo, 2005, p. 13).
Os dados oferecidos no site do EBEP, referente aos trabalhos, foram submetidos às seguintes questões para serem caracterizados epistemologicamente nas teorizações sobre a paz: Indicam o conteúdo investigativo de relação entre o gênero e a paz em que espaço? Regional, Nacional, Internacional? Apresentam a categoria gênero e os corpos como alvos de violência, autores de violência ou como instrumentos para a promoção da paz?
Quanto à primeira questão, dos 30 artigos selecionados com a temática de gênero, dezesseis (16) apresentam, dentro dos dados disponibilizados no site do EBEP, questões referentes aos estudos sobre a paz em abrangência internacional.
Desse levantamento, percebe-se como os estudos para a paz ainda estão muito agarrados aos estudos das relações internacionais, abrangendo conflitos bélicos e também violências diretas. Ou seja, muito mais próximos do que Pureza e Cravo (2005) chamariam de estudos da paz positivistas. Apesar de, contemporaneamente, haver mais discussões sobre descolonizar os estudos para a paz, movimentando estas linhas estruturais das pesquisas sobre a paz, o histórico de como a paz foi pensada cientificamente ainda se faz presente, inclusive em temas que envolvem discussões de gênero. Os estudos para a paz não precisam se limitar às primeiras correntes teóricas destacadas por Mouly (2022), podem também pensar mais do que guerras internacionais, conflitos bélicos e relações de poder interestatais. Pode-se, enquanto pesquisadoras, pensar a paz no Brasil e em abrangências espaciais mais próximos que também vivem conflitos. Além disso, abordagens feministas sobre a paz não precisam se limitar em investigar mulheres como alvo de violência ou instrumento para a paz. Pode-se abordar, cientificamente, mais do que estas situações nos estudos para a paz.
Quanto a representarem alvos de violência, autorias de violência ou instrumentos para a promoção da paz, percebe-se que: da categoria Mulher, em 3 pesquisas as mulheres foram colocadas, nos títulos dos trabalhos, como alvo (vítimas) de violências. Em 13 pesquisas, os títulos e demais dados disponibilizados apresentam o gênero/corpo/performance mulher como instrumentos para a paz. Apenas pesquisa trouxe gênero/corpo/performance mulher como autora da violência no seu título. Os demais títulos não trouxeram essa relação ou não permitiram essa análise.
O que se percebe dessas duas questões epistemológicas entre a relação do gênero, da paz e da abrangência espacial, é que a maior parte dos trabalhos pode estar se concentrando em estudos de relações internacionais, ainda discutindo questões que podem derivar de problemáticas positivistas, mesmo abordando conteúdos pós-estruturalistas. E, é perceptível que o gênero, mais abordado nos títulos dos trabalhos, é mulher, atribuído a performatividade feminina, majoritariamente como instrumento para construção da paz. Destaca-se nesse levantamento a importante participação das mulheres tanto na elaboração dessas pesquisas, quanto nas participações nas pesquisas, assim como no papel que as pesquisas anunciam que desenvolvem para a construção de paz em espaços de conflitos.
Diante dessas caracterizações que os gêneros, em especial as mulheres, foram concebidas, como alvos ou instrumentos de transformação de conflitos, há que se posicionar criticamente em ambas as posições. Apresenta-se o entendimento de que estudos feministas para a paz não precisam definir a mulher dentro de uma binaridade de “instrumento de paz” ou “alvo de violências”. Uma abordagem feminista que relacione os estudos para a paz e os estudos de gênero pode ser mais profunda que isto. Pode questionar os conceitos de violência, as origens da violência e as alternativas feministas para uma sociedade mais justa, igualitária e não- violenta. O questionamento epistemológico, social e político sobre o que origina esses conflitos e violências permite a reflexão sobre como as culturas binárias, patriarcais e desiguais de gênero podem ser responsáveis pela origem e manutenção desses fenômenos, portanto é essas culturas que exigem transformações. É possível e é desejável, como Herrera Flores (2005) destaca, propor um outro espaço social, um espaço democrático e de dignidade humana para todas.
Ao buscar traçar sentidos entre corpos generifcados, estudos e vivências de paz, direciona-se a evidenciar que os corpos autores ou vítimas de situações conflituosas, não-pacíficas, são seres generificados e que muitas vezes vivem essas situações originadas, mantidas ou ampliadas por conta de suas culturas e performatividades de gênero. Por isso, provoca-se como cientistas, mesmo em diferentes contextos pesquisados, traçam, demonstram e argumentam relações existentes entre paz e gênero.
Dos trabalhos a que foi possível o acesso na íntegra (apenas dois trabalhos), destaca-se na pesquisa de Araújo, Vasconcelos e Minillo (2017), a seguinte relação ao buscarem teorizar sobre o papel das mulheres pela paz no acordo entre as FARCs e a Colômbia:
Salienta-se que o enfoque de gênero, questionando os papéis tradicionais de homens em mulheres, especialmente em uma sociedade marcada por décadas de conflitos, como é o caso da colombiana, permite escapar da dicotomia entre homens guerreiros e mulheres vítimas necessitando de proteção que reafirma estruturas militarizadas e, assim, garante a efetiva construção da paz com justiça social e a inclusão de minorias (Araújo, Vasconcelos e Minillo, p.18, 2017).
Percebe-se dessa teorização que as autoras demonstram como a presença das mulheres colombianas nos espaços de resolução de conflitos as possibilitaram dar visibilidade àquilo que suas vidas exigiam, bem como outras vidas. Visualiza-se também que as suas presenças evidenciaram as invenções de gêneros atreladas a homens e mulheres e como a reinvenção dessa cultura, por seus questionamentos e ocupação de espaços resolutivos, permitem outra (re)construção de sociedade não- conflituosa, com outras marcas éticas entre si, com o gênero e os(as) outros(as). O outro trabalho disponível na íntegra foi o de Paula (2017) que investigou a guerra na Síria e a sistematização do estupro de mulheres e a objetificação de seus corpos como armas de guerra, dentre as teorizações que alcançou, uma contempla nosso item em questão:
Os crimes de violência sexual na Síria demonstram o desequilíbrio presente nas relações de gênero do Estado e isso muitas vezes se agrava com as questões étnicas e religiosas que estão envolvidas nos conflitos. [...] As normas de gênero rigorosas, como a questão da mulher ter um tutor masculino contribuem para que nos períodos de conflito a mulher seja tratada como um objeto, ou uma arma (Paula, 2017, p.17).
Embora a autora não tenha mencionado ou feito referência à paz, aquilo que suas teorizações e registros sobre o gênero indicam e representam, são situações de que dela se falta, que ela se exige. A relação existente nesse trecho entre o gênero e a paz encontra-se justamente na falta da paz nas experimentações de gênero, sendo isso motivado pela cultura que rege a elaboração de seus corpos, gêneros, comportamentos e (im)possibilidades.
Enquanto pesquisadoras(es) das questões identitárias, que envolvem marcadores de diferenças sociais como o gênero, a sexualidade, a raça, a etnia, a classe social, a abrangência espacial e outras questões, estuda-se grupos populacionais ou fenômenos vividos contextualizando-os e relacionando-os à cultura na qual pertencem, com a qual transgridem e com a qual buscam reinvenções éticas, justas e pacíficas. Quando se pesquisa, inscritos(as) também como sujeitos(as) de uma ou de outra cultura, especialmente das que caracterizam esses marcadores em relações de diferença, de superioridade, de inferioridade, de obediência, desobediência, submissão ou subordinação, têm-se denunciado e teorizado o que?
São estudos e pesquisas que denunciam situações racistas, etnocêntricas, machistas, misóginas, LGBTfóbicas, colonizadoras, capacitistas, dentre outras opressões, embora teorizem criticamente para a superação desses problemas, com suas próprias categorias como as lutas antirracistas, feministas, libertárias, anticoloniais, anticapacitistas, etc. O que se busca com essas categorias e teorizações? Senão uma paz que represente o fim dessas indignidades específicas e uma outra realidade digna? Reconhecer a paz como um fator a ser permanentemente (re)construído e mantido não tem como objetivo camuflar denominações reivindicadas por diferentes movimentos sociais e teorizações epistemológicas, mas quem sabe o de adjetivá-la substancialmente e de buscar entendê-la não como categoria universalizante e resposta a tudo ou todos, mas como um fim político e social a que esses movimentos e pesquisas atuam.
É nessa defesa que se denuncia diferentes contextos em que a diferença identitária atua elaborando experiências desiguais, violentas ou conflituosas entre pessoas, grupos e seu marcadores. Porque o escrito é sempre vivido, e muitas vezes é a dor de alguém. É um compromisso ético, transformador e necessário para aquele contexto, vivido e investigado, reconhecido suas particularidades e coletividades. É o que se defende como um ato freiriano, feminista, antirracista e anticolonial de esperançarmos, agirmos e colaborarmos com a construção da paz, cientes de sua complexidade.
Esse tensionamento esperançoso é também um convite político e epistemológico aos pesquisadores(as) do campo identitário e dos estudos da paz, para que ambos(as) possam reconhecer em suas práticas científicas, tanto quanto as identidades promovem situações conflituosas, bem como é a marca coletiva delas que algumas vezes ousam transformá-las; assim como é a denúncia de contextos não-pacíficos entre estudos e grupos identitários que permitem visualizar a paz como um objetivo a ser difundido e construído.
4. CONCLUSÕES
A temática investigada perpassou os estudos de gênero e os estudos para a paz. Durante a pesquisa, utilizou-se da metapesquisa para guiar as investigações.
Respondendo ao objetivo geral da pesquisa, percebe-se que o gênero tem sido estudado pelos pesquisadores da paz. O que se percebe, através dos dados analisados, que foram extraídos da análise de 2 artigos completos de 2017, 20 títulos de trabalhos propostos em painéis de 2018 e 2020, e títulos, resumos e palavras-chaves de 8 trabalhos de 2023, é que, a tendência das pesquisas analisadas é reflexo da predominância de uma discussão binária sobre o gênero. A maior parte dos trabalhos utiliza do gênero em seus títulos para abranger as situações que contemplam mulheres e paz. Os dados dos trabalhos analisados demonstram corpos alvos de violências, instrumentos para a paz ou causadores de violências. Além disso, percebemos que a sexualidade dos corpos foi trazida explicitamente apenas em um dos títulos das pesquisas, como tema gerador da discussão.
Mas, inerente à diversidade de nacionalidades, percebeu-se que, dentre os dados analisados, os estudos para a paz que abordam gênero estão em sua maioria descrevendo conflitos internacionais ou estrangeiros, de outros países e espaços. O que permitiu a seguinte indagação: por que não foram realizadas mais pesquisas sobre gênero e paz que falem sobre situações de violência, conflito e paz no Brasil? Os estudos para a paz ainda estão consolidados em discussões de relações internacionais?
Outro resquício positivista e patriarcal perceptível através dos dados coletados sobre as pesquisas analisadas são as posições que estes corpos ocupam. Muitas vezes as mulheres são colocadas como corpos que promovem a paz ou que sofrem a violência. Em apenas um dos textos se identificou, no título, a mulher como autora da violência, invertendo a lógica que constrói o imaginário das relações de gênero homem e mulher na sociedade patriarcal. Mas aqui também cabe o questionamento: Que outra forma se pode falar sobre os corpos generificados nos estudos para a paz?
Indagação semelhante passou quanto à sexualidade. Apesar de algumas pesquisas falarem sobre a violência sexual como uma questão a ser abordada pelos estudos de gênero e paz, as diversas sexualidades que os seres humanos vivenciam não esteve predominante nas pesquisas. Apenas uma pesquisa trouxe no título as sexualidades através da sigla LGBT. As vivências dos corpos a partir de suas sexualidades podem ou devem ser evidenciadas nos estudos para a paz?
Esta é uma pesquisa inicial, com mais questionamentos do que resultados e conclusões. Mas é também um compromisso epistemológico, político e científico com a promoção de vivências dignas, que envolvam investigações plurais de gêneros no campo de estudos para a paz.
5. REFERÊNCIAS
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Notas
Notas de autor
Información adicional
Cómo citar / citation: Bartmeyer, S., Portela, G., Salles, N. e Heerdt, B. (2025). Encontros e desencontros entre paz e gênero. Estudios de la Paz y el Conflicto, Revista Latinoamericana, Volumen 6, Número 12, 28-41. https://doi.org/10.5377/rlpc.v6i12.20375.
Información adicional
redalyc-journal-id: 7621